Projeto propõe liberar pagamento de auxílio-alimentação a empregado afastado por doença grave

Trabalhadores afastados por doenças graves podem em breve contar com um importante alívio financeiro. Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados propõe que o auxílio-alimentação continue sendo pago durante o período de licença médica. A medida já foi aprovada na Comissão de Trabalho e, se virar lei, será incorporada à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

A proposta, apresentada pela deputada Rogéria Santos, reúne sugestões semelhantes dos deputados Amom Mandel e Duda Ramos. A ideia central é garantir um mínimo de estabilidade financeira em um momento de grande vulnerabilidade — quando saúde, rotina e renda estão comprometidas.

Auxílio-alimentação durante afastamento por doença

Atualmente, quem se afasta do trabalho por motivos de saúde geralmente passa a depender exclusivamente do benefício pago pelo INSS, que nem sempre é suficiente para cobrir todas as despesas. A suspensão do auxílio-alimentação, nesses casos, pode agravar ainda mais a situação, impactando o tratamento e até mesmo a recuperação do trabalhador.

De acordo com o projeto, o auxílio-alimentação deverá ser mantido nos casos de doenças consideradas graves, como:

  • Câncer
  • Hanseníase
  • Doença de Parkinson
  • Alienação mental
  • Tuberculose ativa
  • Cegueira
  • Paralisia irreversível e incapacitante
  • Cardiopatia grave
  • Outras condições reconhecidas como incapacitantes pelo INSS

A lista segue os critérios já estabelecidos pela legislação previdenciária. Ou seja, não amplia as doenças cobertas, mas reforça a necessidade de garantir proteção social a quem enfrenta enfermidades de alta complexidade.

A relatora do projeto ressaltou que a proposta busca assegurar dignidade ao trabalhador num momento de extrema fragilidade. Manter o acesso à alimentação adequada pode representar um diferencial importante durante o processo de recuperação.

Próximos passos

O projeto agora segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Como tramita em caráter conclusivo, caso seja aprovado, poderá seguir diretamente para o Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara.

Embora não resolva todos os desafios enfrentados por quem está afastado do trabalho por doença grave, a proposta representa um avanço. Um pequeno, mas significativo passo em direção a um cuidado mais humano e justo com quem lida com condições de saúde severas — situações que ninguém escolhe passar.