O Grupo de Trabalho sobre Proteção de Crianças e Adolescentes em Ambiente Digital da Câmara dos Deputados, coordenado pela deputada federal Rogéria Santos (Republicanos/BA), realizou nesta terça-feira (23) uma audiência pública que reuniu especialistas, representantes de organizações sociais e autoridades para discutir estratégias de enfrentamento aos riscos que crianças e adolescentes enfrentam na internet.
Durante o encontro, foram apresentadas propostas para a construção de um ambiente digital mais seguro e saudável para o público infantojuvenil. Entre os principais pontos discutidos, destacam-se:
- A responsabilização das plataformas digitais por conteúdos nocivos e pela falta de mecanismos eficazes de proteção;
- O investimento em educação digital, com foco na formação crítica das crianças para distinguir realidade e fantasia no mundo virtual;
- O fortalecimento de políticas sociais e canais de denúncia acessíveis e eficazes;
- A criação de espaços seguros em escolas e comunidades para diálogo e escuta ativa sobre os desafios enfrentados online.
A deputada Rogéria Santos ressaltou a importância de ouvir a sociedade civil para formular políticas públicas eficazes:
“Proteger nossas crianças e adolescentes no ambiente digital é uma missão que exige união entre o poder público, as famílias, as plataformas e a sociedade. Precisamos garantir um futuro mais seguro para essa geração que cresce conectada”, afirmou a parlamentar.
Karina Figueiredo, representante do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, enfatizou a necessidade de mais investimentos em prevenção, especialmente para crianças em situação de vulnerabilidade.
“O acesso ao mundo digital é maior entre crianças de baixa renda, e muitas mães veem o celular como uma alternativa mais segura do que deixá-las nas ruas. É urgente ampliar o acesso a esporte, cultura e convivência saudável”, pontuou.
Já a assessora da Plan International Brasil, Paula Alegria, defendeu soluções de base comunitária e apresentou relatos de crianças e adolescentes que pedem espaços de escuta nas escolas e comunidades.
“Eles querem ser ouvidos. Criar ambientes seguros de diálogo é fundamental para promover o uso consciente e protegido da internet”, disse.